março 25, 2013

A Company Man (filme, 2012)


País de origem: Coréia do Sul
Gênero: Ação, Drama
Duração: 96 min.

Direção e Roteiro: Lim Sang-yoon

Elenco: So Ji-sub, Lee Mi-yeon, Kwak Do-won, Dong Jun, Lee Kyeong-yeong, Han Bo-bae.

Resumo

Ji Hyeong-do usa terno e gravata como qualquer funcionário de empresa... exceto que sua profissão é a de matador. Leal ao seu empregador, ele é considerado o melhor do ramo. Até que um dia ele conhece uma mulher e resolve largar o emprego, mesmo sabendo estar contrariando as regras da companhia. E de caçador, Hyeong-do passa a ser a caça...

Comentário

O drama Ghost, estrelado pelo ator So Ji-sub, fez muito sucesso em 2012, servindo de veículo de promoção para o filme A Company Man. Para os fãs, era grande a expectativa de rever So Ji-sub na telona, e ainda por cima repetindo parceria com o simpático ator Kwak Do-won (o policial Kwon Hyeok-joo, de Ghost).


A Company Man é o primeiro projeto pessoal de Lim Sang-yoon, que trabalhou como diretor assistente nos filmes The Cut, Shadows in the Palace, e no melodrama The Old Garden, todos de 2007. E Lim demonstra segurança e personalidade em sua estreia como diretor e roteirista.

Ji Hyeong-do (So Ji-sub) é um homem de fala mansa, cordial com os colegas e subserviente aos superiores. Mas ele tem um lado frio e metódico, que justifica sua fama de assassino brilhante. Entretanto, uma série de eventos começa a minar, pouco a pouco, a confiança de Hyeong-do como matador.

Alguém fez um comentário interessante sobre A Company Man e seu questionamento social implícito sobre à obsessão das pessoas por dinheiro, sucesso e status. Concordo que há uma pitada de crítica social, mas acho que o foco principal está na moral, na responsabilidade e nas escolhas pessoais que fazemos.


A única forma de sair da “companhia” é se aposentando, ou morrendo. E quando o funcionário Jin Chae-gook resolve abandonar tudo, Hyeong-do recebe a tarefa de perseguir e eliminar o colega. É aí que a semente da dúvida é plantada na mente de Hyeong-do. Ao ser confrontado com Hyeong-do, Jin Chae-gook confessa que durante anos suportou realizar um serviço tão bárbaro, apenas para poder sustentar a família. Com a morte do filho, atropelado por um taxi, tudo perde o sentido para ele. A princípio Hyeong-do fica confuso, pois para ele, trabalhar para a companhia é sua única razão de viver. Compadecemos-nos com a vida vazia e solitária que Hyeong-do leva... (sim, ele é um assassino de aluguel, mas tem o rosto de So Ji-sub, portanto nos dê um desconto)... Até o dia em que ele conhece Yoo Mi-yeon (Lee Mi-yeon, de Love Exposure), uma costureira que luta para sustentar sozinha os filhos. Na juventude, Yoo Mi-yeon teve uma carreira fugaz de cantora pop, mas Hyeong-do lembra muito bem daqueles tempos. Encantado por encontrar a mulher que fez parte de suas fantasias de adolescência, Hyeong-do decide largar o emprego e começar uma vida nova ao lado dela. Ilusão ou ingenuidade, seja o que for que tenha impulsionado Hyeong-do a dar este passo, o preço será alto, pois a “companhia” não aceita cartas de demissão voluntárias.


Esta fusão de melodrama e ação violenta e profusa me fez lembrar os bons tempos dos filmes de ação de John Woo, estrelados pelo maravilhoso Chow Yun Fat. O tiroteio desenfreado em A Company Man choca quem está acostumado aos filmes coreanos, os quais dão preferência, tradicionalmente, às armas brancas e aos golpes de artes marciais. O diretor obviamente é grande fã do cinema de Hong Kong. E apesar das cenas de ação serem muito bem coreografadas, este acaba sendo, na minha opinião, o ponto fraco do filme, já que o cinema coreano de ação costuma ser muito mais inovador e transgressor do que isso.


Mesmo assim, nada tira o mérito da diversão e do prazer de ver So Ji-sub em ação, com sua desenvoltura corporal admirável – ele tem mesmo a postura de um lutador, é só vê-lo em Always, onde ele interpreta um boxeador. So Ji-sub está incrivelmente magro em A Company Man, e não mostra os músculos em nenhuma cena, sendo assim, não precisam segurar a respiração até o final do filme, garotas. Mas estão todas livres para usar a imaginação...

março 20, 2013

Missing You (drama, 2012)


País de origem: Coréia do Sul
Gênero: Drama, Romance
Duração: 21 Episódios
Produção: MBC TV

Direção: Lee Jae-dong
Roteiro: Moon Hee-jeong

Elenco: Park Yoo–chun, Yoon Eun-hye, Yoo Seung-ho, Jang Mi-ne, Song Ok-sook, Cha Hwa-yeon, Jeon Kwang-ryeol.

Resumo

Jung-woo se apaixona pela colega de escola Soo-yeon, mas o que era para ser um amor puro de adolescência acaba em uma tragédia que deixará marcas para toda a vida no casal.

Comentário

Ninguém se esquece de seu primeiro amor de adolescência, um sentimento puro e intenso. E o tempo passa, amadurecemos e aprendemos que o amor não é um sentimento exclusivo ou imutável... Mas nem sempre é assim, pois para Han Jung-woo (Park Yoo–chun), é impossível apagar a experiência do encontro com Lee Soo-yeon (Yoon Eun-hye). Quando o casal de adolescentes apaixonados é misteriosamente sequestrado, Jung-woo consegue escapar do cativeiro, mas nunca mais tem notícias de Soo-yeon.

Os anos se passam e Jung-woo é agora um jovem detetive de polícia, que vive atormentado pelo fantasma da lembrança da amada. Certo dia, ao ser designado para investigar uma morte suspeita de uma mulher, em uma mansão, ele encontra uma jovem que se parece muito com a desaparecida Soo-yeon. Será que Jung-woo está imaginando coisas, na ânsia de rever a amada? Afinal, a jovem em questão diz chamar-se Zoe, uma estilista de moda recém-chegada da França. Jung-woo fica intrigado, pois as feições de Zoe são mesmo diferentes das de Lee Soo-yeon, mas cada vez que ele a ouve chamando seu nome, seu coração lhe diz o contrário.

E o que também perturba Jung-woo é a presença do jovem empresário Harry Borrison (Yoo Seung-ho) na vida de Zoe. Harry parece jovem demais para ser tão bem sucedido no mundo das finanças, e sua relação com Zoe é de total co-dependência. Ele tenta controlar todos os passos da jovem estilista, para que ela não se deixe envolver pelo policial Jung-woo. Mas não é a toa que Jung-woo é conhecido como “coelho louco” pelos colegas, pois quando ele decide esclarecer um caso, não há quem o impeça.

A dúvida sobre a identidade de Soo-yeon fica apenas entre os personagens do drama, pois está mais do que claro para o espectador, desde o princípio, que Zoe é na verdade Soo-yeon. Para o detetive Jung-woo, o que resta é desvendar onde sua amada esteve durante estes 14 anos, e qual é sua relação com Harry Borrison.


Missing You oscila entre o melodrama e o suspense policial, pendendo bem mais para o primeiro. Aliás, este drama deve ter batido todos os recordes de cenas com olhos lacrimejantes, lágrimas correndo e choro desbragado da história da TV coreana. Ao contrário de outros dramas, que podem ser assistidos em forma de ‘maratona’, Missing You deve ser desfrutado em doses homeopáticas. Assistir mais de um episódio por dia, ao menos para mim, foi uma tarefa impossível, tal era a exaustão mental provocada a cada episódio.

Sendo assim, para os desavisados que não suportam melodramas, ou tramas lentas e circulares, nem chegue perto... Já para quem gosta do gênero e, especialmente, para quem é fã do trio protagonista, Park Yoo–chun, Yoon Eun-hye e Yoo Seung-ho, vale a tentativa de acompanhar o drama.

A direção experiente de Lee Jae-dong (Thank You (2007), Can´t Lose (2011)), privilegia as atuações, destacadas por uma fotografia magnífica e um figurino dos mais elegantes.

Não estou familiarizada com o trabalho da roteirista Moon Hee-jeong, mas sei que tem pendido para o melodrama com tintas carregadas, como foi o caso do drama anteriormente assinado por ela, Can You Hear My Heart (2011). Parece-me que no caso de Missing You, lhe faltou experiência para desenvolver o aspecto principal da trama (ou ao menos o que parecia propor-se a princípio), que é a vingança. A autora se perdeu nas emoções íntimas dos personagens, o que resultou num volume de lágrimas capazes de romper as muralhas de uma represa. O excesso de sofrimento acaba por provocar um efeito reverso, que é gerar indiferença no espectador. É claro que muitas cenas emocionam e muito, especialmente as protagonizadas por Park Yoo–chun e Song Ok-sook (Brain, Rooftop Prince), que interpreta com sensibilidade e naturalidade a sofrida Kim Myeong-hee, mãe de Soo-yeon. É até engraçado que o relacionamento de Jung-woo e Kim Myeong-hee, a quem ele chama carinhosamente de ‘namorada’ é o mais intenso e comovente da trama, ofuscando até o romance com Soo-yeon.

Muito se falou sobre o impacto inicial dos personagens na adolescência. A qualidade da atuação destes jovens realmente surpreendeu a todos, mas não a ponto de afetar a transição para os personagens adultos. Simplesmente não dá para criticar as atuações brilhantes do trio principal. Também se especulou sobre uma melhor interação romântica de Yoon Eun-hye com Yoo Seung-ho (Blind, filme), do que com Park Yoo–chun. Não me pareceu o caso, o que aconteceu sim neste drama foi que vimos uma Yoon Eun-hye muito mais contida que o normal. É de estranhar, hoje em dia, que uma escritora de dramas crie um personagem feminino tão frágil como Lee Soo-yeon. Confesso que, até o final do drama, fiquei esperando alguma reação de Soo-yeon aos constantes abusos que sofre, mas ela segue firme (e fraca) como a legítima dama em perigo, a espera de ser resgatada pelo príncipe encantado. A atriz Yoon Eun-hye (Lie to Me) fez o que pôde com o pouco que lhe foi oferecido, e se saiu bem até demais. O mesmo vale para Yoo Seung-ho, que encarou um papel complicado, cheio de falas que soariam absurdas na boca de outro ator, e provou que tem um futuro brilhante pela frente (assim que cumprir seus dois anos de serviço militar obrigatório).

Finalmente, se Missing You é um drama difícil de classificar - trama confusa, mas atuações brilhantes, direção apurada, mas edição preguiçosa – o que me levou, pessoalmente, até o final da estória é o ator (e cantor) Park Yoo–chun (Sungkyunkwan Scandal, Rooftop Prince). Atrevo-me a afirmar que Yoo-chun carregou o drama nas costas, com dedicação, bravura e honestidade interpretativa, até o finalzinho, até o diretor gritar “corta!” pela última vez.

março 15, 2013

The Yellow Sea (filme, 2010)


País de origem: Coréia do Sul
Gênero: Drama, Ação, Thriller
Duração: 156 min.

Direção e Roteiro: Na Hong-jin

Elenco: Ha Jeong-woo, Kim Yoon-seok, Jo Seong-ha, Lee Cheol-min, Kwak Do-won, Lim Ye-won.
 
Comentário

O Mar Amarelo (Yellow Sea) é aquela porção do oceano Pacífico que divide o leste da China da costa oeste das duas Coréias. Como consequência desta proximidade, há muito tempo estabeleceu-se uma colônia de coreanos em território chinês, e é daí que sai o nosso personagem principal. O sino-coreano Kim Goo-nam vive na cidade de Yanbian, na Província de Jilin, onde trabalha como taxista.  Sua mulher imigra para a Coréia do Sul, em busca de um emprego melhor remunerado, mas os meses se passam, e Kim não tem mais notícias dela. Desesperado, com uma pilha de dívidas que só crescem com as tentativas frustradas de ganhar dinheiro no jogo de majong, e com uma filha pequena para sustentar, Kim Goo-nam ainda por cima começa a ouvir boatos de que sua esposa teria arrumado outro homem na Coréia.

Encurralado pelos cobradores, ele acaba aceitando a missão de entrar clandestinamente na Coréia do Sul para assassinar um homem. Kim Goo-nam não é um criminoso, muito menos um matador de aluguel, mas na ansiedade de encontrar a esposa, ele chega a Seul para realizar o serviço sujo. O líder de uma gangue de Yanbian, Myeon Jeong-hak, promete que Kim receberá uma bela quantia em dinheiro, se matar determinado sujeito e trouxer um dedo polegar como prova do feito.

Agora imagine a situação deste homem, um sujeito comum, trabalhador, pai de família, que é obrigado, de um dia para o outro, a viajar a um país estranho (embora seja coreano, ele sempre viveu na China) para matar e mutilar um homem, fria e cruamente. O desfecho da estória, pelo senso comum, é óbvio... Exceto que ninguém poderia imaginar que o instinto de sobrevivência de Kim Goo-nam seria tão forte.

O filme inicialmente é lento e tem um tom de drama com toques de crítica social. Mas não demora muito para o diretor Na Hong-jin mostrar a que veio. A partir do assassinato brutal do alvo de Kim Goo-nam – o que acontece de forma surpreendentemente diversa do planejado – uma onda de violência explode literalmente na tela. Fugindo da polícia e dos bandidos, Kim Goo-nam protagoniza cenas de verdadeiro terror pelas ruas escuras e geladas de Seul. As perseguições automobilísticas são o ponto alto do filme, deixando o espectador sem fôlego e admirado com a verdadeira coreografia orquestrada sob quatro rodas.

Outro destaque vai para a ferocidade do gangster Myeon Jeong-hak, papel interpretado com maestria por Kim Yoon-seok. As cenas em que Myeon enfrenta os adversários tendo como arma um machado são inesquecíveis, de provocar calafrios. O grande ator Kim Yoon-seok repete parceria bem sucedida com o diretor Na, depois do elogiado e premiado thriller policial The Chaser (2008).

E a estrela do filme, Ha Jeong-woo (1979), arrasa como sempre, em um papel que deve ter sido incrivelmente desgastante para ele. Ha Jeong-woo (The Client) é um ator que emana uma autoconfiança que pode passar por egocentrismo (talvez ele até o seja, vai saber), mas não dá para negar o seu talento... Além do mais ele é um homem belíssimo, que poderia fazer apenas papéis de sedutor, se o desejasse (ver My Dear Enemy, 2008). E tem uma meia dúzia de filmes com ele estreando este ano, como Berlin File, The Terror Live e Band of Thieves. Aliás, falando em homens atraentes, uma questão divertida... Se você fosse casada com Hyeon Bin, com quem você pensaria em traí-lo? Em Come Rain, Come Shine, a voz misteriosa ao telefone do amante de Im Soo-jeong é a de Ha Jeong-woo... Muito apropriado, não?!
 
The Yellow Sea é um filme longo (156 min.), mas uma vez que a ação engrena, não se sente o tempo passar. E o cineasta Na Hong-jin é um homem talentoso e cerebral, que coloca suas ideias no papel e as filma buscando sempre a originalidade. O que me agrada neste diretor é que ele nunca coloca as cenas de ação acima da estória que está contando, ou seja, ele nunca nos faz esquecer de que o importante são os personagens, e as consequências de seus atos.

março 14, 2013

Strawberry Night (drama, 2012)


País de origem: Japão
Gênero: drama, policial
Formato: Renzoku
Duração: 11 episódios
Produção: Fuji TV

Música tema: Misenai Namida wa, Kitto Itsuka (GreeeeN)
Música incidental: Hayashi Yuki

Direção: Ishikawa Junichi , Sato Yuichi.
Roteiro: Tatsui Yukari, Hayashi Makoto, Kuroiwa Tsutomu, Ouki Shizuka.

Elenco: Takeuchi Yuko, Nishijima Hidetoshi, Koide Keisuke, , Ukaji Takashi, Maruyama Ryuhei, Endo Kenichi , Takashima Masahiro , Namase Katsuhisa,Tsugawa Masahiko, Watanabe Ikkei, Takeda Tetsuya.    

Resumo

A detetetive Himekawa Reiko trabalha na Polícia Metropolitana de Tóquio. Ela não vem da elite da academia de polícia, tendo subido na carreira pelo próprio esforço e talento. Com o apoio de uma equipe de detetives dedicada, Himekawa desvenda os crimes mais complexos e misteriosos da cidade.

Comentário

Tudo começou no ano de 2010, quando a Fuji TV resolveu adaptar o romance policial "Strawberry Night", do escritor Honda Tetsuya. O romance, publicado pela primeira vez em 2006, foi bestseller no Japão.

Dirigido por Sato Yuichi, o episódio único de Strawberry Night, estreado em novembro de 2010, foi adaptado do romance de Honda pelo roteirista Tatsui Yukari. Com um roteiro ágil e uma heroína forte, mas que esconde um evento traumático em seu passado, o drama especial Strawberry Night gerou expectativa sobre uma possível continuidade.

E foi apenas em 2012 que o projeto foi reestabelecido, reunindo, felizmente, o elenco original, adicionadas algumas novidades, como o ator Koide Keisuke.

Himekawa Reiko (atriz Takeuchi Yuko) é jovem, bonita e inteligente, mas teve de lutar muito para chegar ao posto de líder de um esquadrão da Polícia Metropolitana de Tóquio. Como única mulher em seu departamento, ela enfrenta diariamente o preconceito machista de alguns superiores e colegas. Por sorte, o chefe Imaizumi Haruo e os subordinados diretos de Himekawa apoiam e admiram abertamente o seu talento especial para analisar e desvendar crimes.

O fiel escudeiro de Himekawa é o detetive Kikuta Kazuo (Nishijima Hidetoshi, de Real Clothes), um policial durão, de poucas palavras, mas obviamente encantado pela bela chefe. Ishikura Tamotsu (Ukaji Takashi) é um policial maduro, sereno e pouco ambicioso. Já Yuda Kohei (Maruyama Ryuhei) ainda é um garotão, mas é um detetive dedicado e amigável. A nova adição à equipe de Himekawa é Hayama Noriyuki (Koide Keisuke, de Perfect Report) um jovem sério e ambicioso, que tem de se adaptar ao estilo pouco ortodoxo da nova chefe.

Strawberry Night tem todos os ingredientes de um bom drama policial – suspense, crimes intrincados e vilões assustadores. Mas é a forma original e intuitiva com que a detetive Himekawa resolve os crimes que conquista o espectador e diferencia o drama de outros do gênero.

A atriz Takeuchi Yuko (Tengoku No Honya-Koibi), delicada e meiga como sempre, traz uma sensibilidade comovente ao papel, fugindo do estereótipo da policial agressiva e pouco feminina. Para os colegas, a detetive Himekawa é uma mulher determinada e corajosa, mas ninguém imagina o quanto ela luta para dissimular a própria fragilidade emocional, provocada por um grande trauma do passado.

Strawberry Night é dividido em cinco capítulos (estórias) que se desenvolvem ao longo de seus 11 episódios. Com trama envolvente, edição ágil, elenco de primeira linha e uma direção e fotografia de dar inveja a qualquer filme, este drama policial está entre os mais interessantes já produzidos pela TV japonesa.


Para alegria dos fãs, seguiu-se um “drama special” Strawberry Night, After the Invisible Rain (2013) e, para encerrar (ou não?) a saga da detetive Himekawa, Strawberry Night, the Movie (2013).

Assista o trailer de Strawberry Night, the Movie:
 

março 08, 2013

Soul Mate (drama, 2006)


País: Coréia do Sul
Gênero: Drama, Romance, Comédia
Duração: 22 episódios + 1 especial
Produção: MBC TV

Direção: Noh Do-cheol, Seo Hye-eun
Roteiro: Jo Jin-gook, Park Eun- Jeong, Nam Ji-yeon

Elenco: Sin Dong-wook, Lee Soo-kyeong, Choi Philip, Sa Kang, Otani Ryohei, Jang Mi-ne, Kong Jeong-hwan, Kim Mi-jin, Lee Jung-yong, Ha Joo-hee, Joo Ho
Resumo

Soul Mate retrata os encontros e desencontros amorosos de um grupo de jovens adultos vivendo em Seul, enquanto faz o espectador questionar até que ponto é uma ilusão acreditar na existência de uma alma gêmea.
Comentário

Soul Mate estreou em 2006 e seus 22 episódios foram ao ar de dois em dois, ao longo de 12 dias, num formato um pouco diferente do habitual. Soul Mate me fez lembrar alguns dramas recentes, como I Need Romance ou Twelve Men in a Year, tanto pelo formato como pela temática.  A estória foca a vida sentimental de quatro casais por volta dos seus 30 anos, e suas visões muito particulares sobre o amor.
Passado o choque com o visual para lá de cafona (mas na época muito moderno, é claro) dos personagens, fica a boa impressão quanto aos diálogos e às situações. Se o drama fosse refeito hoje, pouca coisa mudaria além da moda e dos aparelhos celulares, pois quando se fala de amor e relacionamentos entre homens e mulheres, o tempo passa, mas os conflitos e dilemas são os mesmos.

Em cada episódio da sitcom nos deparamos com os problemas amorosos de um ou mais personagens, mas o centro da trama está em Sin Dong-wook e Lee Soo-kyeong, e se o casal está ou não destinado a ficar junto, como almas gêmeas.
É engraçado que o personagem interpretado por Sa Kang, a riquinha mimada e conservadora Hong Yu-jin, me pareceu tão detestável a princípio, que quase abandonei o drama já no primeiro episódio. Ainda bem que resolvi dar uma segunda chance ao drama, pois no final das contas, a chatinha Hong Yu-jin foi a que protagonizou as cenas mais engraçadas, e também algumas das mais comoventes de Soul Mate.

E o resto do elenco também é muito agradável, principalmente o casal principal, Sin Dong-wook e Lee Soo-kyeong. Lee Soo-kyeong mostra-se, como sempre, muito confortável em um papel cômico, mesmo que com alguns toques de dramaticidade. Entre os personagens ela é que tem o visual mais clean, e portanto menos datado. Sin Dong-wook, por outro lado, parece um personagem de mangá dos anos 90. Mas não dá para negar o charme mortal do rapaz, o que ajuda em muito a superar suas fraquezas como ator.
O mesmo já não dá para dizer do japonês Ryohei Otani, cuja atuação sofrível é ainda mais destacada por seus ternos e camisas abomináveis.

Em uma nota um tanto triste, o último trabalho do ator Sin Dong-wook foi o drama Wish Upon a Star, de 2010. Depois disso, o ator foi dispensado do serviço militar, ao ser diagnosticado como portador de uma doença grave e muito rara, denominada CRPS (Complex Regional Pain Syndrome), e que infelizmente afastou Sin da vida pública por tempo indefinido.
A turma simpática de Soul Mate: Ryohei Otani, Sa Kang, Lee Soo-kyeong, Sin Dong-wook, Jang Mi-ne, Kong Jeong-hwan, Kim Mi-jin e Choi Phillip
No mais, Soul Mate é altamente recomendável para quem procura um drama que fuja um pouco dos padrões coreanos do gênero, e que fale de amor de um jeito mais realista, mas sem perder o bom humor. E porque não dizer, sem nos fazer perder a esperança de que nossas almas gêmeas possam estar por aí, em algum lugar deste mundo, procurando por nós.

março 02, 2013

Hero (drama, 2001)



País de Origem: Japão
Produção: Fuji TV
Gênero: Drama, Policial
Duração: 11 episódios (+1 especial 2006)
Música Tema: “Can You Keep a Secret” Utada Hikaru

Direção: Sawada Kensaku, Suzuki Masayuki, Hirano Shin, Kamon Ikuo
Roteiro: Fukuda Yasushi, Ootake Ken, Hata Takehiro, Tanabe Mitsuru

Elenco: Kimura Takuya, Abe Hiroshi, Matsu Takako, Katsumura Masanobu, Kohinata Fumiyo, Otsuka Nene, KadonoTakuzo, Kodama Kiyoshi.

Resumo

Um ex-delinquente juvenil se torna um promotor de sucesso em Tóquio, graças a seus métodos pouco ortodoxos de trabalho.


Comentário

Hero é um dos maiores sucessos da longa carreira do ator/cantor Kimura Takuya (Priceless) na TV japonesa. Com seu carisma habitual, Kimutaku encarna Kuryu Kouhei, um jovem que, mesmo sem formação universitária (na verdade ele apenas concluiu o ensino fundamental), consegue chegar ao cargo de promotor de justiça. Acontece que no Japão basta uma pessoa passar no exame da ordem dos advogados para poder exercer a profissão.

Ao ser transferido para um escritório da promotoria na capital japonesa, Kuryu obviamente tem de encarar a desconfiança de colegas, policiais, vítimas e até dos suspeitos.


Mas logo fica claro que o jovem tem uma mente brilhante e inquieta. Ao contrário dos colegas promotores, que raramente se arriscam a sair de suas salas no prédio antigo em que advogam, o provinciano Kuryu prefere ir às ruas para investigar os casos que lhe são designados. No começo os colegas ficam incomodados com as andanças do rapaz, mas acabam se envolvendo e entrando no ritmo dele.


A promotora assistente Amamiya (Matsu Takako) é a mais jovem da equipe. Entusiasmada e ambiciosa, ela logo se oferece para auxiliar o novo promotor Kuryu, apesar de já ser assistente do promotor Nakamura Egami (Katsumura Masanobu). 


Nakamura, por sua vez gosta de Amamiya e vive tentando convidá-la para sair com ele. E Amamiya resiste o quanto pode aos encantos do promotor Kuryu, obviamente sem sucesso. Quem resistiria?!


Outros dois promotores assistentes são Suetsugu Takayuki (Kohinata Fumiyo), cuja maior paixão é a dança de salão, e o sorridente Endo Kenji (Yajima Norito), que sempre tem um 'go-con' agendado, embora nunca pareça conseguir namorada.

A promotora Misuzu-san (Otsuka Nene) e o colega Shibayama (Abe Hiroshi) tem um caso em segredo, pois ele é casado.

O baixinho Ushimaru Yutaka (KadonoTakuzo) é promotor chefe que vive estressado com as maluquices de seus subordinados.

Finalmente, temos o Promotor Chefe Nabeshima Toshimitsu (Kodama Kiyoshi), uma espécie de padrinho oculto do jovem Kuryu.


O que chama a atenção é o tom teatral de algumas cenas, especialmente as que se passam no ambiente antiquado do escritório da promotoria. A equipe de colegas do promotor Kuryu funciona como uma espécie de coral grego em cena – trazendo um toque de comicidade e leveza muito bem vindo à série.


Por outro lado, temos o drama e o suspense dos crimes. Muitos dos delitos não são tão graves ou dramáticos, mas a determinação do jovem paladino da justiça Kuryu torna cada caso especialmente importante, pelo fator humano envolvido. Cada estória nos traz uma bela lição de moral – bem ao gosto dos japoneses – que nos faz ponderar sobre a importância de se viver em sociedade de forma honesta e solidária. 



O bom é que os episódios são divertidos e ao mesmo tempo comoventes, graças ao charme absurdo de nosso protagonista. Seria divertido ver Kimura Takuya voltando ao personagem Kuryu Kouhei, e ver se ele continua em forma como herói dos fracos e oprimidos. Como isto dificilmente irá ocorrer recomendo assistir o drama Change, em que se repete a parceria entre Kimura Takuya e Abe Hiroshi.

março 01, 2013

Ohitorisama (drama, 2009)



País de Origem: Japão
Gênero: Comédia, Romance, Drama
Duração: 10 episódios
Produção: TBS TV
Música Tema: Koe wo Kikasete (BIGBANG)

Direção: Ueda Hisashi, Kan Satoshi
Roteiro: Ozaki Masaya, Seki Erika

Elenco: Mizuki Alisa, Koike Teppei, Matsushita Nao, Tachibana Keita, Suzuki Ami, Kitagawa Hiromi.

Resumo
 
O dia-a-dia de Akiyama Satomi, uma jovem professora de escola particular para moças. Levando uma vida confortável, mas solitária, sua dedicação ao trabalho deixa pouco tempo para pensar em casamento. Mas um hóspede inesperado irá fazer a professora repensar suas escolhas pessoais.
 

Comentário
 
Ohitorisama é um drama que fez bastante sucesso quando passou na TV japonesa, há três anos, e não sem motivo. O casal principal parece ter saído de um mangá, pelo contraste cômico que faz, tanto no aspecto físico como emocional. 
 

A princípio parece absurdo que uma professora de 33 anos, madura e responsável, se interesse por um homem dez anos mais jovem, e apenas começando na carreira de educador. Sem contar que ela é um “mulherão” e ele é franzino e baixinho. Mesmo assim, eles acabam formando um par inesquecível.
 

A verdade é que a atriz Mizuki Alisa domina o drama, com um personagem sensível, simpático e verossímil. As situações que envolvem a rotina escolar servem bem para ilustrar o caráter individual dos personagens. 
 

A direção da escola e os colegas de Akiyama ‘sensei’ muitas vezes abusam de sua dedicação, sobrecarregando a jovem com tantas atividades. Como não sabe recusar qualquer pedido de ajuda, ela acaba cumprindo muito mais que seu dever de ensinar história. Akiyama assume as mais variadas tarefas: de treinadora de vôlei a organizadora de eventos sociais da escola, ou ainda, tutora de um novo professor.
 

E é exatamente esta dedicação que irá inspirar o jovem professor Kamisaka Shinichi (Koike Teppei) a seguir a carreira com coragem e determinação. Por não ter conhecido a mãe, que o abandonou na infância, o jovem aprendeu cedo a se virar sozinho. É esta experiência pessoal que ele trará para a relação com a bela professora. Na escola ela é organizada e pontual. Em casa, despreza os deveres “do lar”, não sabe cozinhar e adora gastar o salário em objetos inúteis comprados em catálogos. Kamisaka Shinichi irá mostrar a ela o valor da economia doméstica, já que ele sempre levou uma vida frugal.
 

E é nessas idas e vindas entre a escola e o pequeno apartamento, que o improvável casal irá descobrir as alegrias e frustrações de uma vida a dois.
 
Agora, é preciso ressaltar que Ohitorisama funciona bem como um típico drama japonês. Digamos que amanhã ou depois se fizesse um remake coreano do drama... O que provavelmente mudaria? Acho que o personagem do jovem tutor seria um rapaz mais, digamos assim, másculo. É só lembrar-se de dramas como I Do, I Do, onde a trama é semelhante: uma mulher bem sucedida profissionalmente, que se apaixona por um jovem inexperiente.
 

Sinceramente, quando a professora Akiyama encontra homens espetaculares como os atores que fazem os papéis de ex-noivo e novo interesse romântico, é difícil acreditar que na vida real alguma mulher, em sã consciência, trocaria qualquer um dos dois por um garotinho franzino e imaturo. Mas, como eu havia comentado a princípio, Akiyama Satomi e Kamisaka Shinichi acabam formando um casal muito divertido, embora um tanto bizarro. Ou talvez, mais uma boa dupla do que um casal perfeito. E o amor tem destas coisas, é um sentimento que pode nos surpreender a qualquer momento, não é mesmo?
 

Enfim, Ohitorisama é uma comédia leve e despretenciosa, mas que também nos faz refletir sobre a importância do amor familiar e romântico em nossas vidas.
 
Mizuki Alisa, atriz, cantora, modelo (1976): Answer (TV Asashi, 2012), Hanawake no Yon Shimai (TBS, 2011), Tenshi no Wakemae (NHK, 2010).
 
Koike Teppei, ator, cantor (1986): Naniwa Shonen Tanteidan (TBS, 2012); Propose Kyodai (Fuji TV, 2011); Tetsu no Hone (NHK, 2010).
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...